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Cryptomoedas, derivativos e venda da Coincheck

Published on 8 de maio de 2018

Apesar de algumas críticas dos reguladores globais, o veterano de Wall Street e CEO da corretora on-line japonesa Monex Group diz que a nova classe de cryptoativos poderiam decolar como os derivativos há 38 anos.

“Os reguladores realmente odiavam derivativos em 1980, mas logo em seguida eles os adotaram.”

Disse Oki Matsumoto, CEO da Monex, no palco da Japan Society, em Nova York, na terça-feira passada.

“O que está acontecendo no mundo das cryptomoedas hoje é muito semelhante aos derivados nos anos 80 e, mais cedo ou mais tarde, todos esses marcos regulatórios serão corrigidos.”

O CEO japonês iniciou sua carreira em derivativos na Solomon Brothers em 1987. Mais tarde, Matsumoto passou 12 anos na Goldman Sachs, onde lançou a mesa de operações de renda fixa do banco de investimento.

Matsumoto agora administra a Monex, que ele estabeleceu em 1999 com a Sony Corporation. Nesta semana, o Monex Group concluiu a aquisição da Coincheck, uma exchange japonesa, que foi alvo de um hack de US$ 534 milhões em janeiro em tokens NEM(XEM).

O problema com Coincheck foi que manteve todos os seus NEM(XEM) em uma hot wallet conectada à internet. Para comparação, a Coinbase armazena 98% de seus fundos em uma carteira segura e fria. O vice-presidente da Fundação NEM, Jeff MacDonald, em entrevista à Bitcoin Magazine, disse que o roubo poderia ter sido evitado se a Coincheck tivesse usado carteiras de assinatura múltipla, as famosas multisig.

O hack à Coincheck tornou-se um dos maiores roubos de cryptomoedas no mundo após um ataque no MT. Gox, Tokyo Stock Exchange, em 2014. O evento com o Coincheck deu uma nova dimensão nos riscos de se manter o dinheiro custodiado em exchanges e, desde então, a agência japonesa de serviços financeiros (FSA) tomou medidas decisivas para proteger os cidadãos japoneses e garantir a segurança das exchanges em todo o país. Como já noticiado aqui nesse portal.

Ter uma empresa pública regulada no Japão comprando uma exchange era amplamente vista como um impulso e um gesto poderoso de confiança para fortalecer o cryptomarket japonês e mundial.

Semelhante às cryptomoedas, Matsumoto disse que o conceito de derivativos foi confuso nos primeiros dias.

“Apenas algumas pessoas poderiam entender o que seriam e para que serviriam os derivativos, apenas os cientistas de foguetes e os magos de Wall Street”. disse Matsumoto.

“Mas cinco anos depois, todas as maiores escolas do mundo estavam ensinando derivativos.”

Altas taxas de imposto sobre a cryptomoeda, que podem chegar a 55% no Japão, têm sido um obstáculo para investidores de varejo, disse ele. Os traders, no entanto, não estão tão preocupados.

“Você não bebe pensando em ficar de ressaca no dia seguinte”.

disse Matsumoto.

“Acho que vai levar tempo para o varejo japonês transferir uma boa parte do dinheiro que está no mercado financeiro para as cryptomoedas”.

A volatilidade das cryptomoedas chamou a atenção de traders que procuram lucrar, especialmente depois que o Bitcoin subiu de US$1.300, para cerca de US$20.000 no ano passado. O Bitcoin está sendo negociado hoje em US$ 9.228, de acordo com a Criptovalores.