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Moeda digital brasileira

 

O dinheiro digital, conhecido como criptomoedas, já não é mais uma coisa nova para a maioria das pessoas, considerando que existem dezenas delas sendo negociadas nas corretoras de valores. Contudo, a moeda digital brasileira é algo inovador para a maioria dos brasileiros.

De fato, grande parte das pessoas nem mesmo sabia que essa moeda digital está em desenvolvimento pelo Banco Central e não faz ideia de como será usá-la ou de como ela funcionará.

A verdade é que a escolha do Brasil em começar a produzir uma moeda digital é muito positiva, considerando que a tecnologia tem de ser mais explorada ainda quando o assunto é facilitar pagamentos.

Afinal, a maioria das pessoas achou o PIX algo fantástico, que tornou qualquer pagamento algo sem custo, imediato e muito mais simples.

Sendo assim, a moeda digital brasileira tende a ser aprovada também pela maioria das pessoas que a utilizarem, mas é importante discutir como ela será colocada em uso, em que contextos ela será indicada e qual será o seu valor.

A segurança de uma moeda digital nova também é algo que preocupa um pouco os brasileiros e os especialistas: como fazer com que esse “dinheiro eletrônico” que está sendo desenvolvido pelo Banco Central seja 100% seguro para a população?

Neste artigo, você vai se familiarizar com o real digital, encontrar tudo o que já foi definido sobre ele pelas autoridades e entender como o seu lançamento poderá impactar a forma de consumir e de fazer pagamentos, no geral.

 

O que é a moeda digital brasileira?

O conceito da moeda digital brasileira pode ser entendido com mais facilidade quando ela é comparada ao bitcoin, a moeda eletrônica mais famosa do mundo.

Trata-se de um dinheiro que só circula eletronicamente, em sistemas digitais, mas que tem o mesmo peso que o dinheiro fiduciário, ou seja, que aquele dinheiro que existe em papel.

Usando a moeda digital, os consumidores podem comprar diferentes tipos de coisas, pagar por serviços e muito mais.

É claro que, quando se pensa no real digital, é difícil não imaginar que seja como ter dinheiro no banco: as pessoas já fazem transações eletrônicas com o seu dinheiro, mas sem tocar nele.

Entretanto, o real eletrônico seria uma moeda 100% diferente do real fiduciário.

Por exemplo: uma pessoa que tem R$ 100 na sua conta bancária pode sacar esses R$ 100 em papel quando for ao banco. Porém, haveria um saldo diferente para o real digital e, claro, esse saldo não poderia ser sacado porque não “existe” no mundo físico.

Uma das dúvidas que as pessoas têm quando ouvem falar da moeda digital brasileira é sobre quanto ela vai valer. Porém, deve-se salientar que é uma versão do real fiduciário e, por isso, a sua cotação será a mesma.

Se o real estiver custando nas corretoras X valor, a moeda digital brasileira terá o mesmo custo. Isso é muito positivo porque facilita a cotação, inclusive para quem não é experiente com relação à dinheiro digital.

Um dos grandes problemas de quem costuma comprar bitcoin, por exemplo, é que a cotação da BTC é completamente diferente a cotação de qualquer dinheiro fiduciário, o que traz a necessidade de se usar calculadora de conversão.

Entre o real fiduciário e o real digital, não haverá disparidade, de acordo com o Banco Central.

 

Para que vai servir o real digital?

Uma vez que se tem dinheiro circulando eletronicamente nos aplicativos bancários, por que criar uma moeda digital separada? Qual seria a finalidade?

Até o momento, sabe-se que a moeda digital brasileira terá uso especial no caso de smart contracts, ou seja, ela será a ferramenta para que se possa comprar algo diretamente do eletrodoméstico, por exemplo.

Suponha-se que uma geladeira inteligente detecte que, dentre a lista que o seu usuário cadastrou, está faltando cenoura e suco de laranja natural. Uma vez que o usuário tem real digital, ele pode programar a realização da compra, coisa que não poderia ser feita com o real fiduciário.

O mesmo, na teoria, aconteceria com outros eletrodomésticos e até com eletrônicos, como a Alexa. Ela poderia ser programada para comprar algo para o usuário, usando o dinheiro digital.

Os aparelhos que têm essa inteligência artificial funcionam à base de smart contracts e a ideia da moeda digital brasileira é funcionar exatamente em casos assim.

Vale salientar que o indivíduo poderá ter o dinheiro comum na sua conta, que ele saca quando tiver vontade, e um saldo extra para a moeda digital, selecionando qual dos saldos quer usar em cada tipo de transação que fará.

Dessa maneira, a moeda digital brasileira será uma segunda opção para as pessoas que quiserem fazer compras: elas poderão acumular o dinheiro eletrônico sem a necessidade de utilizar o dinheiro fiduciário.

 

Como será a segurança da moeda digital brasileira?

Assim como acontece quando qualquer tipo de novo produto financeiro é criado, a expectativa com relação à segurança do real digital é muito elevada. Afinal, é algo que está sob a responsabilidade do Banco Central.

Por isso, uma das primeiras perguntas feitas é: como se terá garantia de que o real digital é seguro?

Como saber se as compras feitas com essa moeda eletrônica não serão mais suscetíveis a criminosos, deixando os usuários expostos?

A verdade é que o Banco Central já tem planos para a segurança dessa moeda digital e a solução já é bastante conhecida por quem acompanha criptoativos: trata-se da tecnologia de blockchain, que é especialmente desenvolvida para manter moedas digitais seguras.

O blockchain consiste em uma espécie de cadeia formada por pequenos blocos que dificultam o acesso a dados usados na compra de moedas digitais e na sua utilização.

Para ilustrar, é quase como se a pessoa que quiser cometer uma fraude com a moeda digital tenha de quebrar todos os blocos, sendo todos eles compostos por criptografia.

Sendo assim, torna-se bem mais difícil fazer qualquer tipo de coisa criminosa com a moeda digital. De fato, a segurança do blockchain pode ser considerada até mais alta do que a segurança oferecida nas transações que usam dinheiro fiduciário.

É bem mais difícil alguém “roubar” a moeda digital do que acessar o sistema bancário, que lida com o dinheiro “de verdade”.

Apesar disso, ainda não se sabe se será mesmo o blockchain a tecnologia usada pelo Banco Central para proteger o real digital ou se alguma outra tecnologia será combinada.

O fato é que é bastante comum que as pessoas fiquem inseguras, assim como houve uma onda de insegurança quando surgiu o PIX.  Todavia, conforme os cidadãos vão usando o novo serviço financeiro, percebem que ele é seguro e o incorporam ao cotidiano.

 

O que significa o real digital ter emissão pelo Banco Central?

Quem já comprou criptomoeda alguma vez ou ao menos sabe como ela funciona tem conhecimento de que nenhuma instituição bancária intermedia negociações.

Assim, apesar de o bitcoin ser chamado de moeda digital, ele não é uma moeda de verdade, de acordo com as instituições especializadas. Trata-se, na verdade, de um ativo como uma ação negociada na bolsa.

Porém, a situação é bem diferente com relação ao real digital, já que haverá a intermediação do Banco Central.

Na prática, o que isso quer dizer?

Tudo o que acontecer com o real fiduciário, ou seja, com aquele real em notas ou moedas, vai acontecer também ao real digital.

Se houver mudança na sua cotação, o real digital será afetado.

A inflação também pode impactar o seu uso.

As normas financeiras que estiverem vigentes no país abarcarão também a moeda digital.

Tudo isso são maneiras de assegurar que haja uma unidade financeira no país, mesmo que se dê aos cidadãos mais opções de pagamentos.

É claro que essa unidade financeira também faz com que as pessoas sintam mais segurança para começar a usar o real digital, uma vez que não se trata de algo “avulso” ou “sem lei”, como alguns costumam classificar os criptoativos.

 

Mais recursos eletrônicos

Quando o PIX foi elaborado pelo Banco Central, o seu principal objetivo era fazer com que as pessoas tivessem muito mais dinamismo ao fazer transações financeiras.

Contudo, existe um limite de inventividade quando se trata de dinheiro fiduciário e a esperança do BC é que, com a criação da moeda digital brasileira, as empresas de pagamento possam ser mais criativas com relação às soluções que disponibilizarem aos clientes.

De acordo com os especialistas em finanças, a opção de dinheiro digital faz com que as empresas possam criar outros tipos de cobranças.

Ainda não se tem muita ideia a respeito de quais seriam essas novas formas de pagamento, mas o Banco Central está, até o mês de fevereiro de 2022, recebendo empresas que tenham interesse em cooperar com a moeda digital brasileira e que tragam novas ideias a respeito do seu uso.

É muito importante ter em mente que, antes de o PIX ser criado, não se achava que seria possível transferir dinheiro com custo ZERO como se faz hoje em dia. Aliás, a taxa de transferência dos bancos é bem alta e isso fazia com que os correntistas tivessem prejuízo.

Hoje em dia, com o PIX, esse processo é muito mais vantajoso e a ideia do Banco Central é que surjam ainda mais soluções como essa a partir do momento em que o real digital estiver em uso.

 

Deliveries seriam um dos principais contextos de uso do real digital

 

Como já falado, a ideia é que o real digital seja usado, principalmente, com smart contracts. Porém, também há alguns especialistas que indicam que um dos melhores usos dessa moeda digital seria o delivery.

Atualmente, a maioria das pessoas consome comida que é entregue em casa, comprada pelos sites ou pelos aplicativos.

No entanto, a existência de golpes na hora do pagamento é cada vez maior, especialmente quando se usa máquina de cartão de crédito. Com o real digital, o pagamento seria ainda mais seguro e em tempo mais rápido, sendo quase impossível a aplicação de algum tipo de golpe.

Ainda seria possível facilitar o investimento em vários tipos de ativos, desde que eles apresentassem a tecnologia blockchain.

Como já explicado, essa tecnologia consiste em “blocos” que dificultam fraudes envolvendo criptoativos. Porém, ela teria outra utilidade: a de “quebrar” o custo do investimento.

A verdade é que, enquanto o real digital não se tornar verdade, não se pode saber com certeza em quais contextos ele seria bem aproveitado.

Além disso, também se deve aguardar a manifestação das empresas de tecnologia que tendem a ajudar o Banco Central a elaborar o desenho do real digital, as suas possibilidades de uso, características financeiras, etc.

Até que todas essas coisas sejam discutidas, a verdade é que se tem apenas ideias com relação à moeda digital brasileira, mas sem grandes certezas.

 

Há muitas etapas para que o real digital circule

 

É lógico que as pessoas que gostam de tecnologia e que preferem os pagamentos eletrônicos já estão muito animadas com a ideia de uma moeda digital brasileira e querem começar a fazer transações com ela.

Vale lembrar que a preferência das pessoas, hoje em dia, é mesmo pelo dinheiro eletrônico, sendo por isso que quase ninguém mais possui notas em suas carteiras.

Contudo, não se tem nenhum prazo para que o real digital esteja liberado para transações, justamente por ainda estarem sendo feitos vários estudos e considerações.

No momento, ainda é preciso aguardar que as empresas de tecnologia e de pagamentos manifestem o interesse em colaborar com o Banco Central na definição do escopo da moeda digital brasileira.

Além disso, ainda estão sendo feitas avaliações referentes à segurança do real digital, como ele será disponibilizado à população, quais serão os tipos de transações com ele e muito mais.

É preciso ainda destacar que o Congresso Nacional está a par dos estudos com relação ao real digital e que já existem discussões no sentido de aprovar ou não essa moeda.

Apenas depois que todas as etapas da criação do real digital pelo BC forem superadas e que o Congresso Nacional aprovar esse “novo dinheiro” é que ele será liberado.

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