Análises
Ouro em alta, Bitcoin em baixa – Efeito da pandemia sobre as incertezas
O ouro ultrapassou a marca dos US$ 1.700 pela primeira vez desde 2012, já que traders e investidores buscam segurança patrimonial nesses tempos de incerteza econômica – encabeçada pelo surto de COVID-19. Os recentes ganhos no mercado de ouro coincidem com as pressões sobre o Bitcoin, que caiu de US$ 7.500 para cerca de US$ 6.800 em sete dias.
A alta diária do ouro está em US$ 1.722, após um aumento de 16% desde a baixa mensal de 16 de março de 2020, em US$ 1.450.
O ouro e a prata seguem mais valorizados que o dólar nos últimos dias.
Um relatório publicado em 5 de abril pelo gerente de fundos VanEck descobriu que há uma tendência crescente de correlação de ativos entre ouro e Bitcoin. Ainda assim, com os preços dos dois ativos movendo-se em direções opostas recentemente, a referida correlação pode estar diminuindo.
Na composição de cestas de investimento onde haja ouro, bitcoin, títulos públicos americanos e ações, a combinação de ouro e bitcoin, tem se revelado mais sustentável que somente cestas de investimentos baseados em ações.
As expectativas são de que o Bitcoin seja considerado um ativo porto-seguro, assim como o ouro, um ativo que historicamente se mantém melhor em relação às ações durante períodos de incertezas econômicas.
A crescente correlação entre ouro e Bitcoin que os pesquisadores da VanEck notaram deve, portanto, significar que o Bitcoin está se tornando cada vez mais uma alternativa durante as crises econômicas. Essa tendência pode mudar se o Bitcoin continuar se movendo na direção oposta do ouro.
O renomado economista Peter Schiff acredita que não haverá uma correlação entre ouro e Bitcoin depois de um tweet recente em que ele disse que o ouro aumentaria e que o Bitcoin falhará a longo prazo.
Atualmente o ouro vem levando vantagem frente ao Bitcoin e dólar como ativo de hedge, nos últimos 30 dias.
Empreendedor, Cientista de Dados e cryptopesquisador.
