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Análises

Cenário pós-halving: bitcoin sai fortalecido e mercado mantém previsão de alta a médio prazo

Aumento do interesse na criptomoeda e momento de crise econômica tornaram único o terceiro halving do bitcoin. Sem queda, o ativo segue tendência de valorização

O terceiro halving do bitcoin, que aconteceu nesta segunda-feira (11), estava cercado de muita expectativa, principalmente pelo contexto de crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19. De acordo com o Stock-to-Flow, modelo de valuation usado para commodities que acertou, em 10 anos, 95% da variação do preço do Bitcoin, o valor do ativo chegará a U$ 55 mil nos meses após o halving.

Segundo análise de Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, gestora controlada pela holding QR Capital, a volatilidade de curto-prazo no mercado pode atrasar um pouco o momento da alta, mas não diminui o potencial previsto no modelo e, inclusive, fortalece o ativo como investimento e proteção contra inflação:

– Depois do halving de 2016, o pico veio no fim de 2017. Agora, ainda que haja novos entrantes no mercado, isso não reduz o potencial de volatilidade do mercado e pode demorar um pouco mais para atingirmos o próximo pico, mas não diminui em nada a capacidade de valorização do bitcoin a médio e longo prazos – explica o economista, que completa. – Ao contrário do que ocorreu em 2017, com o máxima histórica do bitcoin e o frenesi que isso gerou, observamos um interesse mais “pé no chão”. Com o aumento das regulações no setor, muitas instituições estão entrando no mercado, grandes players nacionais e internacionais estão investindo e falando sobre isso publicamente.

A previsão de US% 55 mil, do Stock-to-Flow, é baseada na relação entre a escassez, a oferta atual e a quantidade de novas emissões de um ativo para determinar o impacto sobre o preço. Esse mesmo modelo registrou o pico de U$ 20 mil atingido pelo bitcoin no fim de 2017, aproximadamente um ano depois do halving anterior da criptomoeda.

O bitcoin vem sendo citado como opção por nomes reconhecidos no mercado mundial. Luiz Stuhlberger, da Verde Asset Management, que tem o maior fundo multimercado fora dos EUA, acredita na moeda como investimento e reserva de valor. O Renaissance Technologies, um dos maiores fundos do mundo, anunciou que

vai começar a investir em bitcoin. Em entrevista recente à CNBC, um dos investidores mais famosos do mundo, Paul Tudor Jones, também bancou que o bitcoin se tornará uma importante forma de reserva de valor.

AS MOVIMENTAÇÕES DO PREÇO DURANTE O HALVING

Gabriel Aleixo, analista sênior da QR Capital, holding controladora da gestora QR Asset Management, explica a queda que o bitcoin sofreu na madrugada de sábado para domingo, na véspera do halving:

– Quando o bitcoin caiu a U$ 4 mil em março, com a crise, muita gente comprou. E cinco dias atrás, quando bateu os U$ 10 mil, quem comprou na baixa vendeu, causando a baixa de sábado. Não acredito que tenha sido um movimento estritamente relacionado ao halving – pontuou, para complementar. – Durante o halving o preço se manteve estável na faixa entre U$ 9 e U$ 8 mil. A tendência é manter uma valorização lenta e constante, conforme antecipam alguns modelos e analistas do segmento.

Aleixo reforça que a série histórica do preço da moeda pós-halving é sempre de médio a longo prazo e que já será possível perceber crescimento mais constante ao longo dos meses:

– É preciso desmistificar a ideia de que logo depois do halving o bitcoin terá um pico absurdo. As pessoas costumam ficar desanimadas quando não veem isso no curto prazo, mas devem ter em mente o médio e longo prazos. O crescimento significativo tende a ser visto a partir de cinco, seis meses, podendo atingir seu pico em até 18 meses a partir do halving, se tomamos como base as últimas vezes em que o criptoativo passou por esse fenômeno.

BITCOIN NA CONTRAMÃO DAS MOEDAS FIAT

O bitcoin, em semelhança ao ouro, é um ativo finito. Quanto mais unidades são mineradas, menos estarão disponíveis para entrar em circulação no futuro. No código fonte da criptomoeda, há um limite imutável de apenas 21 milhões de unidades que poderão existir. Passado este limite, não será mais possível minerar bitcoins, estima-se que isto acontecerá em meados do ano de 2140. No mesmo código está programado um corte de 50% (o halving) a cada quatro anos na quantidade de novas moedas que entram em circulação periodicamente para incentivar financeiramente a manutenção do sistema de verificação das transações (mineração), elemento crucial para a segurança do sistema. Fleury explica que esse processo periódico acentua a curva deflacionária da moeda e é nisso que consiste o valor intrínseco do ativo:

– Países e bancos centrais estão imprimindo dinheiro e injetando na economia, o que acaba desvalorizando a moeda, principalmente neste momento de crise por conta da pandemia. Existe o temor de que em algum momento ocorra um surto inflacionário. Enquanto isso, o bitcoin vai no sentido contrário, deflacionando a cada novo halving – aponta o gestor. Em momentos de crise, a aposta dos tradicionalistas é o ouro, e agora temos uma moeda digital que é tão escassa quanto o ouro e ainda tem as facilidades de transferência, armazenamento, transporte e segurança inteiramente digitais. As pessoas estão começando a perceber a importância do bitcoin como reserva de valor.

SOBRE A HOLDING QR CAPITAL

A QR Capital é a holding controladora de um portfólio de marcas que oferece diversos tipos de soluções em blockchain, desde a tokenização de ativos financeiros, gestão de recursos e promoção de eventos até investimentos em projetos e parcerias com empresas do setor.

A QR Capital busca, desde sua fundação, em 2018, a profissionalização e a autorregulação do mercado de blockchain e ativos digitais.

O negócio nasceu da união de expertises dos sócios Fernando Carvalho, executivo com 18 anos de experiência em cargos de liderança no ambiente corporativo; Marcos Bodin, fundador da Arkhe Corretora; José Henrique Secco, sócio da Adipar Corretora; Theodoro Fleury, experiente gestor do mercado financeiro; e Henrique Mattoso, sócio da Simplific Pavarini.

A holding também investiu em movimentos importantes, como as aquisições de participações estratégicas da Foxbit, maior corretora de ativos digitais do Brasil, em 2018, e da Hathor Network, protocolo de blockchain com tecnologia inovadora.

Em menos de um ano de criação, a QR Capital alcançou diferentes espaços com seu trabalho com moedas digitais. O BNDES a selecionou para integrar o programa de aceleração do banco. A Febraban a escolheu como a única gestora de criptomoedas convidada para o maior evento de tecnologia financeira da América Latina, o CIAB. E a Tezos Foundation concedeu à QR Capital a exclusividade no desenvolvimento do protocolo de blockchain no mercado brasileiro.

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