Qtum – um projeto a ficar de olho

A Qtum (pronuncia-se Quantum) é uma plataforma de transferência de valor de código aberto que se concentra em aplicativos descentralizados móveis ou dapps.

A Qtum é uma ponte entre as funcionalidades Bitcoin e Ethereum: o Bitcoin foi projetado para ser um programa de transferência de valor, enquanto a Ethereum é basicamente uma plataforma de contratos inteligentes. A Qtum é um híbrido dos dois, um protocolo de transferência de valores que também pode suportar dapps e contratos inteligentes. Está sendo desenvolvido pela Fundação Qtum, com sede em Cingapura.

História do Qtum

Em março de 2017, a Qtum lançou uma campanha de crowdfunding para buscar fundos para o desenvolvimento de sua nova plataforma baseada em blockchain. O crowdshare estava programado para durar 30 dias, ou até que todas as fichas fossem vendidas.

A Qtum vendeu mais de US$10 milhões dos seus tokens depois de apenas 90 minutos, alcançando um valor total de US$15,7 milhões antes de interromper a campanha logo após apenas 5 dias. Eles levantaram um total de 11.156.766 bitcoins (BTC) e 77.081.031 de Ethereum (ETH) em troca de 51 milhões de tokens Qtum sendo distribuídos ao público.

Foi o 18º maior projeto de crowdfunding de todos os tempos.

Conforme descrito no whitepaper oficial da Qtum, 51% das moedas foram distribuídas para o público por meio da campanha de crowdfunding. Dos 49% restantes, 29% das moedas seriam alocados como incentivos da comunidade, e os 20% restantes seriam distribuídos aos primeiros patrocinadores e à equipe de desenvolvimento. Esta alocação fará a transição nos próximos anos para sua alocação final de 20% para os apoiadores e equipe e 80% para a comunidade.

O software Qtum em si é uma bifurcação híbrida do núcleo do Bitcoin e uma camada de abstração de conta que permite que ele seja executado com outras máquinas virtuais, como a Máquina Virtual Ethereum (EVM).

O que a Qtum faz?

A Qtum foi projetada para integrar as melhores partes das plataformas Bitcoin e Ethereum em um blockchain amigável aos negócios.

Então, o que isso significa?

Um contrato inteligente é um aplicativo que é capaz de facilitar, executar e impor a negociação ou o desempenho de um contrato (ou seja, contrato) usando a tecnologia blockchain.

Pense nisso como um pequeno programa que pode ser configurado para executar automaticamente alguma ação pré-definida.

Por exemplo, você pode definir um título de carro ou casa para ser transferido automaticamente de uma parte para outra, após o pagamento de um valor acordado. Isso eliminaria, de fato, a necessidade de um depósito ou de uma terceira parte confiável para garantir que os dois lados recebam o que foi acordado.

A Qtum é a primeira plataforma de contratos inteligentes do mundo com a Proof of Stake (PoS). A Qtum pretende ser a principal plataforma de contrato inteligente do mundo e está focada em software de desenvolvimento para dispositivos móveis.

O problema com o modelo de Prova de Trabalho (o sistema implementado pelo Bitcoin e pelo Ethereum) é que requer uma grande quantidade de uso da CPU e, portanto, consumo de energia, o que, por sua vez, leva a altos custos de transação. Estima-se que, globalmente, tanto o Ethereum quanto o Bitcoin queimam US$ 1.000.000 em custos de energia por dia! Este é um problema que Ethereum e Bitcoin estão lutando para consertar. Este é um fator que levou aos forks de software da Ethereum no passado.

Em comparação, o sistema PoS determina quem receberá o bloco (a recompensa pela mineração) com base nas moedas apostadas e outros fatores que promovem a posse das moedas como parte do blockchain, com menor quantidade de desperdício.

A Ethereum pretende tornar-se a plataforma universal para contratos inteligentes e dapps. No entanto, conforme explicado no White Paper da Qtum Blockchain Economy, a Ethereum tem alguns desafios técnicos de implementação que a Qtum procura resolver.

Uma dessas questões é que atualmente um usuário precisa ter sincronizado todo o blockchain (que é de cerca de 30 gigas) para usar um dapps baseado em software da Ethereum. Este é um grande problema para dispositivos com pequenas quantidades de armazenamento ou baixa largura de banda e está potencialmente deixando de fora uma porcentagem do mercado de dispositivos móveis.

Hoje, cerca de metade de todo o tráfego da Internet no mundo vem de dispositivos móveis. Com o número de usuários de smartphones previsto para aumentar de sua estimativa atual de 2,1 bilhões de pessoas para 2,87 bilhões até 2020, ter um “aplicativo matador” é um elemento crítico para a adoção em massa de blockchain e não pode ser negligenciado. Baixe aqui o app da carteira Qtum.

Outro problema que a Qtum está abordando é a relativa funcionalidade limitada que a Ethereum possui. Para um contrato inteligente da Ethereum ser executado, o gatilho para a sequência começar tem que vir de dentro da própria blockchain. Isso normalmente funciona muito bem, mas também tem alguns problemas. Nem todo mundo provavelmente usará o Ethereum no futuro, e mesmo assim há algumas coisas que não podem ser capturadas no blockchain.

A Qtum procura melhorar isso implementando o que Patrick Dai chama de “Contrato Mestre”. A Qtum está possibilitando o uso de gatilhos de fora do blockchain para iniciar contratos. Isso tornará sua plataforma muito mais útil e adaptável ao mundo real.

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Leandro França de Mello

Empreendedor, Cientista de Dados e cryptopesquisador.