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Bitcoin vs cédula – visão dos economistas

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Uma nova tecnologia ainda pouco conhecida pelos brasileiros está ganhando força no mundo. As chamadas criptomoedas se popularizaram nos últimos cinco anos e estão mudando o mercado de investimentos e de pagamentos. Os entusiastas ligados às inovações dizem que o dinheiro em espécie pode ser substituído por essas moedas digitais. Mas há analistas que mantém os pés no chão e acreditam que, mesmo se houver maior disseminação da tecnologia entre os consumidores, não será possível interromper a força do dinheiro e dos cartões.

As criptomoedas são uma novidade que assustou pela recente valorização. O caso mais emblemático é o Bitcoin. Entre abril de 2015 e dezembro de 2017, por exemplo, houve uma disparada de 5.700% na cotação da criptomoeda, que chegou a ser negociada por US$ 20 mil. Isso mostra o quanto é um mercado altamente volátil e pouco previsível, segundo analistas. De la para cá, esse valor caiu 80%.

A criação desses novos produtos foi possibilitada pela tecnologia blockchain, que quebra barreiras e gera confiança entre quem a estuda.

E aí, eu tomaria cuidado, porque não são moedas, por enquanto, mas, sim, meios de pagamento. Existe muito glamour de que não haveria mais a necessidade de dinheiro e de bancos centrais para fazer o controle do mercado. Mas criptomoeda vai destruir o dinheiro? Não”, afirma Marcela.

Fernando Ulrich, analista-chefe da XDEX, uma plataforma de compra e venda de moedas digitais, vê de forma diferente. “As criptomoedas fazem parte de uma tecnologia que impacta a instituição do dinheiro. É um processo que vai levar décadas, e é de difícil previsão. Sabemos que as moedas digitais avançaram, mas ainda é muito cedo para dizer que estão a ponto de substituir o dinheiro tradicional”, avalia.

“O que é certo: o conhecimento sobre a tecnologia é muito maior do que a adoção e o seu uso. Hoje, as criptomoedas são mais conhecidas como investimento, mas há a possibilidade de usá-las como meio de pagamento”, acrescenta.

A economista-chefe do SPC Brasil entende que as moedas digitais são uma aplicação financeira arriscada e ainda sem certificação legal. “O que precisa ficar claro é que, na verdade, são ativos que não foram regulamentados e estão muito ligados ao mercado irregular, ilegal”, frisa.

Fora da regra
O Banco Central (BC) observa que as moedas virtuais não são emitidas, garantidas ou reguladas pela autoridade monetária. As empresas que ofertam tais recursos digitais também não são reguladas, autorizadas ou supervisionadas pelos órgãos competentes. E faz uma alerta: “O cidadão que decidir utilizar os serviços prestados por essas empresas (que ofertam as criptomoedas) deve estar ciente dos riscos de eventuais fraudes ou de outras condutas de negócio inadequadas, que podem resultar em perdas patrimoniais. Além disso, se utilizada em atividades ilícitas, a pessoa está sujeita à investigação por autoridades públicas”.

Por não ser regulado pelas autoridades monetárias e políticas, o ambiente das criptomoedas é classificado, por muitos economistas, como “anárquico”. Mas o Bitcoin, por exemplo, que foi a primeira moeda digital do mundo, em 2008, já é um meio de pagamento corriqueiro no Japão. Em outros países, também há empresas que se adaptaram à tecnologia.

No Brasil, o processo de estruturação começou recentemente, mas empresas nacionais já aceitam pagamentos via criptomoedas.

Sabatinado no Senado Federal na última semana, o novo presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária precisa se adiantar às inovações mundiais, e citou a tecnologia blockchain como uma modernização que precisa ficar no radar do setor financeiro. Além do Bitcoin, no Brasil, são ofertadas outras moedas digitais, como Ethereum, Ripple, Litecoin, Dash e Zcash. A cotação delas varia entre R$ 1 e R$ 520.

Bolhas
Carolina Nakaoski, sócia da plataforma Wiboo, startup que lançou a criptomoeda WiBX, afirma que o Brasil vai se adaptar naturalmente. “Se pensarmos em dinheiro físico, há muitos problemas. Devemos analisar a durabilidade das cédulas, além da necessidade de reposição do papel-moeda, que tem custos”, afirma. “No Brasil, essa despesa é muito alta. A tecnologia criada com o Bitcoin trouxe uma nova opção, com transação muito mais simples. Um meio de troca que aproxima pessoas e marcas.”

Há, porém, uma visão de que as criptomoedas podem gerar grandes bolhas de investimento, com risco de estourar a qualquer momento. Segundo um estudo feito pela instituição internacional Cayman Alternative Investment Summit (Cais), em 2019, 45% dos agentes de mercados consideram que elas apresentam esse risco. Mas o levantamento é limitado.

Os pesquisadores examinaram cerca de 100 pessoas que participaram de uma conferência anual da empresa.

Heloísa Ceni, vice-presidente do grupo Bitcoin Banco, acredita que a moeda digital está em aperfeiçoamento, distanciando-se do paradigma de “bolha”. Pelos cálculos da instituição, mais de 1 milhão de brasileiros investem atualmente. “Em dezembro de 2017, a Bitcoin equivalia a R$ 70 mil: o valor, hoje, é de R$ 14 mil. Naquela época, havia muitos especuladores. Dizia-se que, a partir do momento do investimento, a bolha estouraria, não foi isso ocorreu. (Mas os prejuízos ficaram, ressalte-se). O número de pessoas que entraram nesse tipo de investimento só aumentou. Da mesma maneira que os especuladores entraram, eles saíram. Foi uma limpeza no mercado”.

Fonte: Estadão

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