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A cada dia fica mais evidente a correlação entre os movimentos do Tether e do Bitcoin

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Sempre que analisamos o mercado de criptoativos, em particular, os movimentos do Bitcoin, aqui nesse portal, sempre levamos em consideração os movimentos do Tether. Não há uma conclusão fechada sobre essa análise de parâmetros entre os dois ativos. Na verdade, há diversos analistas que não enxergam essa correlação e da mesma forma, que há os que veem essa correlação.

Praticamente, somente por uma análise visual, analisando de forma empírica, vemos que sempre que o Tether (USDT) sobe, o Bitcoin sobe em seguida. O mesmo movimento de queda também é assistido na mesma proporção. O principal item de comparação entre ambos os ativos, trata-se do volume. O volume entre ambos quando estão em alta ou baixa é sempre idêntico, ou relativamente próximo.

A Tokenalyst, uma casa de análise de dados e mensuração de redes blockchain, promoveu o mesmo estudo sobre a correlação do Bitcoin e do Tether e sua valorização correlacionada. O resultado não permite dúvidas: existe uma forte correlação entre ambos.

(Imagem: Twitter da Tokenalyst)

Segundo Elias Simos, analista e pesquisador sênior da Decentralpark, deve-se comprar Bitcoin quando o Tether se expande e vendê-lo quando o Tether se retrai. A margem de lucro é de 2x.

A economia em torno do Tether, funciona da seguinte forma: a cada Bitcoin transacionado na plataforma da Bitfinex, há um Tether (USDT), equivalente a US$ 1 é emitido. O valor de mercado de todo o Tether em circulação é de US$ 4.16 bilhões e não há um suprimento fechado, sendo que já há em circulação 4.11 bilhões de USDT. Diferente do caso do Bitcoin, que terá um suprimento de 21 milhões de unidades, onde 18 milhões de unidades já estão em circulação.

O USDT é o que é chamado de stablecoin, uma entidade projetada para não flutuar em valor. Com a maioria das criptomoedas propensas a oscilações violentas, o Tether oferece às pessoas que se interessam pelo mercado a opção de negociar uma moeda atrelada ao dólar. Negociar Bitcoin por dólares é complicado e caro; em comparação, adquirir USDT é simples, barato e rápido.

A título de ilustração, no instante dessa redação, o volume de Tether e Bitcoin são exatamente de: Tether (3.67 bilhões) e do Bitcoin (3.32 bilhões). Essa correlação é frequente.

(Imagem: Coincap)

O Bitcoin no instante dessa redação, vale US$ 7.314 (1.61%).

(Imagem: Coincap)

O Tether no instante dessa redação vale US$ 1.01 (0.63%).

O grande problema entre o Tether e seu suprimento, e que vem sendo motivo de vários questionamentos no mercado é justamente sobre a auditoria contábil da quantidade de USDT. A iFinex, controladora da Bitfinex e da Tether.inc, não consegue comprovar que possui US$ 40 bilhões em caixa para lastrear sua emissão de USDT.

Uma ação coletiva foi aberta no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York contra a Bitfinex e a Tether.inc, e sua controladora, a iFinex. Os autores alegam que o total de danos equivale a mais de US$ 1.4 trilhão. Conforme publicado aqui, por esse portal.

A ação coletiva afirma que o iFinex e vários indivíduos relacionados usaram a Tether (USDT) para “defraudar investidores, manipular mercados e ocultar receitas ilícitas”. Em outro trecho da ação afirma-se:

“Fraude parcial, manipulação e despejo; lavagem parcial de dinheiro, o esquema foi realizado principalmente por meio de duas empresas – Bitfinex e Tether – que misturavam suas identidades corporativas e fundos de clientes, ocultando sua ampla cooperação de uma maneira que permitia manipular o mercado de criptomoedas com eficácia sem precedentes”.

Segundo o professor Emin Gün Sirer, da Universidade de Cornell, o rali de 2017 foi impulsionado artificialmente pelo Tether.

Portanto, estamos falando de algo que possui não somente correlação direta, como implicações jurídicas sérias para todo o ecossistema da criptoeconomia. Só na Binance, há mais de 150 pares de negociação de USDT com diversos tokens, além do Bitcoin e Ethereum.

 

 

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