Análises

A 4º Revolução industrial e o Blockchain.

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No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas baseado em wear computing, Fog Computing, engenharia genética disponível em balcão, nano tecnologia, cryptomoedas e blockchain  os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.

Soa muito radical? Já está acontecendo. Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. A quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total dos meios de produção, tudo isso movido a IA, nanorobôs e sistemas descentralizados.

A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem. Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar – entre eles e com humanos – mediante a internet das coisas e é nessa interseção que o Blockchain pode fazer grande diferença e trazer impacto aos negócios.

O termo blockchain tem aparecido mais vezes nas revistas e publicações especializadas em tecnologia mais que seu principal  cartão de visita, o Bitcoin. Por que será? O Bitcoin é o ativo financeiro digital mais valioso do mundo. Sua rede é um exemplo de potência computacional, superando em até 66x os maiores supercomputadores do mundo e no entanto, a sua base tecnológica, o blockchain, tem atraído mais atenção dos grandes bancos e centros de pesquisas que sua moeda. Talvez, seja pelo fato de que o Bitcoin só emula a escassez do ouro e ainda que seja uma tecnologia financeira que está à frente de seu tempo, sua adoção em massa, ainda não alcançou o ponto de adoção para ameaçar o mainstream. O Bitcoin ainda é hype, enquanto o Blockchain já é uma tecnologia de uso geral e aplicável.

Essa ideia simples e subjacente às cryptomoedas como Bitcoin e Ether, pode ser aplicada em grande escala em setores que não têm nada a ver com as aplicações criptográficas, mas que podem e serão aplicadas em outros lugares, inclusive em empresas de TI, bancos e indústrias em geral. Como já estamos vendo nas aplicações criadas pela IBM e anúncios feitos pelo Itaú.

Se você que tem ouvido muito falar sobre e suas maravilhas e ainda parece um pouco confuso sobre como Blockchain realmente funciona, vamos a uma explicação útil: Você tem uma rede de computadores e quando uma transação vem, essa rede olha para a transação e verifica se ela é válida com base em um conjunto de regras incorporadas na rede. Um exemplo simples pode ser uma transferência de fundos. Será que essa pessoa tem ativos suficientes para fazer a transferência? Se a maioria da rede concorda, então ele vai para um banco de dados que está sincronizado em toda a rede. A própria rede verifica os dados. – Basicamente é um imenso livro de registro de operações. Sendo que é um registro com dados imutáveis. Nada pode ser apagado e todos podem auditá-la.

Há três áreas principais onde Blockchain fará uma enorme diferença:

1. transações em cryptomoeda

Quando vemos os maiores bancos do mundo, tais como Santander e Barclay se organizando em torno das pesquisas sobre o blockchain, já podemos supor que a revolução está curso.

 

2. As operações entre as organizações

Blockchain reduz custos, eliminando a necessidade de terceiros e os processos intensos de verificação manuais.

Como poderia o blockchain ajudar nas transações entre as organizações? Por exemplo, quando os bancos utilizam o Automated Clearing House (ACH) para transferências de fundos. Ou, eles fazem a autenticação e verificação por conta própria, mas que normalmente envolve processos manuais sendo assim trabalhosos e, portanto, caros. Com o uso do Blockchain reduz-se os custos, eliminando a necessidade de terceiros e os processos de verificação manual. Por esta razão, blockchain parece prestes a desempenhar um papel em transações de alto volume entre IoT(Internet of Things)e IoE(Internet of Everything)a vindoura Fog Computing, como já salientou Don Tapscott em seu último livro.

 

3. fluxo de trabalho dentro de grandes organizações

A capacidade do Blockchain em fornecer autenticação e verificação através de grandes redes promoveria mais eficiência entre diferentes departamentos ou divisões de uma grande organização no momento em que estes forem trabalhar juntos em projetos multidepartamentos. Em média, suponha-se que projetos multidepartamentos e multidisciplinares que poderiam levar entre um ano ou dois para se empreender dentro de uma grande organização, levaria somente meses para ser implementado utilizando-se do Blockchain como plataforma de trabalho.

Uma vez que a maioria das organizações começarem a usar Blockchain de forma empresarial, logo o mercado encontrará uso mais efetivo para essa tecnologia ainda nascente. Visto que o Blockchain fornece uma camada transacional, e uma vez que você tem essa camada no lugar, as empresas começarão a pensar nas mais diversas áreas da organização onde eles poderiam aproveitá-la. Penso que de forma muito ampla o Blockchain será usado massivamente no contexto empresarial, para ativos digitais, valores mobiliários, ativos físicos, até mesmo coisas como registros médicos e identidade. Um case bem interessante é do Dr. John Halamka, CIO do Beth Israel Deaconness Medical Center em Boston , explicou as potencialidades do uso do Blockchain nos registros médicos em um neste artigo da Wired.

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