Análises

Tari um protocolo para gerência de ativos como ingressos ou milhas baseado em Monero

Published on 25 de maio de 2018

Um novo protocolo blockchain de código aberto, conhecido como Tari e construído sobre o protocolo do Monero, tem como objetivo redefinir a experiência de ativos digitais. Apoiado por investidores institucionais, incluindo a Redpoint, a Trinity Ventures, a Canaan Partners, a Pantera e a Multicoin Capital, e Riccardo Spagni, principal mantenedor da Monero; Naveen Jain, um empreendedor da indústria de entretenimento; e Dan Teree, co-fundador da Ticketfly, espera simplificar o gerenciamento, o comércio, a programação e o uso de todos os ativos digitais.

“Hoje, a maioria dos ativos digitais, como ingressos para eventos, itens do jogo, pontos de fidelidade e moedas virtuais, estão isolados devido a restrições que limitam seu uso e o mercado secundário”.

disse Jain em entrevista à Bitcoin Magazine.

Por exemplo, considere um passageiro frequente da Delta que faça um voo pela Lufthansa por ano e seja incapaz de negociar suas milhas(que provavelmente não serão resgatadas) pelas milhas da Delta. Ou, os milhões de dólares em receitas de revenda de ingressos que artistas como Beyoncé deixam escapar após a emissão de ingressos para suas turnês mundiais. Uma vez que Beyoncé vende um ingresso de US$ 100 para um comprador original, ela não participa mais da economia de revenda no mercado secundário, quando o comprador original revende seu ingresso por US$500, e quando um terceiro vende o ingresso pela terceira vez por US$ 1.000. A Beyoncé não ganha nada nessas negociações paralelas.

O protocolo Tari espera permitir a “verdadeira” propriedade e controle de ativos digitais. Ao utilizar o protocolo Tari, um cliente eventual da Delta mencionado anteriormente pode trocar suas milhas Lufthansa pelas milhas Delta. E artistas como Beyoncé podem emitir seus ingressos da turnê mundial com regras programadas que lhe permite controlar o valor do seu ingresso no mercado secundário. Beyoncé poderia codificar regras como: os ingressos só podem ser revendidos três vezes, a Beyoncé teria direito à 10% de qualquer revenda de ingressos e os ingressos não podem ser revendidos 24 horas antes do show.

John Pleasants, ex-CEO da Ticketmaster e COO da Electronic Arts, acha que o protocolo Tari abrirá o livre comércio entre uma variedade de indústrias.

“O projeto Tari pode ajudar toda a indústria de entretenimento a recuperar bilhões em receitas perdidas controlando melhor a venda dos ingressos Do ponto de vista de jogos, a capacidade de comprar e vender bens virtuais em um sistema distribuído em diferentes plataformas pode melhorar muito a monetização para os editores e a experiência geral do consumidor. “

O que há sob o capô

De acordo com Spagni, o protocolo Tari será construído sobre o Monero. Especificamente, Tari será uma sidechain minada do Monero. A mineração combinada permite que duas cryptomoedas sejam exploradas simultaneamente com base no mesmo algoritmo. Neste caso, é o algoritmo de prova de trabalho do Monero que os mineiros devem resolver.

O token Tari alimentará o blockchain Tari, serve como um incentivo para mineradores minerarem o Monero e para os validadores validarem com precisão as regras da rede.

Como a Tari é minerada, a equipe não precisa recrutar novos mineradores. Em vez disso, os pools de mineração do Monero podem “virar um comutador” (ajustar suas configurações) e minerar tanto o Monero quanto o Tari simultaneamente. Spagni também apontou que a mineração combinada com o sistema de prova de trabalho da Monero não incorre em custos adicionais de eletricidade ou riscos de danos ambientais tradicionalmente associados à prova de trabalho, já que os mineradores não estão queimando mais ciclos.

Questões Potenciais

Embora a Tari pretenda renovar a forma como consumidores e empresas interagem com ativos digitais, a equipe tem vários obstáculos a superar:

Adoção

É favorável às empresas permitir que seus ativos sejam negociados em um mercado secundário? E as empresas alterarão seus termos e contratos de usuário para permitir a liquidez secundária do mercado para seus ativos digitais? Por exemplo, os pontos de fidelidade das companhias aéreas são atualmente um mercado sem liquidez. Analistas de Wall Street apontaram que a venda desses pontos de fidelidade pode ser igual a metade do lucro anual de uma companhia aérea antes de juros e impostos, mas as companhias aéreas podem querer que os pontos de fidelidade expirem sem serem resgatados. Dessa forma, as companhias aéreas podem aumentar a receita, sem ter que descontar as viagens dos clientes que não aproveitam seus pontos de fidelidade. Só para contextualizar: O Smiles que administra as milhas da Gol, obteve lucros expressivos em 2017, veja aqui. Mudar e cooptar mercados já tão capitalizados para um novo modelo de negócios, não é tarefa trivial. A adoção pode ser longa.

Escalabilidade

Como o protocolo Tari pretende se tornar o protocolo subjacente para a transferência de ativos digitais, eles precisarão lidar com “muitas dezenas de milhares de transações por segundo”, segundo Jain. A equipe planeja utilizar lightining network como a principal mecânica de processamento para Tari.

Spagni explicou: “Estamos construindo um lightining roteador compatível com diversos protocolos, que será compatível com Bitcoin, Monero e Tari. Nós também obteremos throughput adicional construindo uma MimbleWimble chain. Desta forma, as transações não serão armazenadas no blockchain em sua totalidade, apenas kernels “.

O protocolo Tari ainda precisa implantar uma rede de teste com recursos de transação, sem mencionar o desempenho no nível da Visa.

A Tari, por outro lado, está planejando entrar no mercado com estrondo e se tornar a primeira competidora real da Ethereum na indústria. Como mencionado anteriormente, o Tari será construído no Monero (XMR); uma rede descentralizada que é centrada na privacidade. Tari também vai ser uma moeda focada na privacidade. A comunidade Ethereum vai ter de se mexer.

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