Análises
Registro incessante de patentes pela Coinbase: boas intenções ou malandragem?
A Coinbase simplesmente, seguindo os passos dos grandes players da indústria financeira, como Goldman Sachs, não para de patentear soluções em cryptomoedas, alegando fazer isso para proteger essas soluções, de aventureiros e cafajestes (!?)que queiram lucrar com elas, sem não terem nenhuma relação com a cryptoeconomia. Até parece mesmo um gesto nobre, não é mesmo?
As patentes da Coinbase buscam solucionarem o problema de segurança que os usuários encontram nos sistemas atuais, especialmente, no que se refere a proteção da chave privada. Mas de será mesmo que a Coinbase está tão cheia de boas intenções assim? Só pensando no bem comum da comunidade ou ela está simplesmente montando um portfólio de patentes para pautar o mercado quando este estiver mais maduro? Segundo a Coinbase não.
No post feito pelo CEO Brian Armstrong, ele evidencia pelo menos dois pontos que indicam o contrário. O primeiro quando responde à pergunta: “Mas, suas patentes são muito vagas. Você realmente acha que inventou essas coisas ou que elas (patentes) serão aprovadas?”.
No final da resposta, ele deixa suas intenções claras e afirma que a motivação do registro da patente não é só para defender contra “trolls”, mas que elas também incrementam o valor do negócio e que, com certeza, ter mais patentes impactaria na capacidade da Coinbase de obter dinheiro.
Desde 2015, conforme informações do site oficial de registros de patentes, a Coinbase registrou pelo menos 4 patentes referentes à sistemas de segurança, pagamentos e API para sistema de transações com cryptoativos.
É óbvio que uma ou mais patentes não garantem a hegemonia de mercado que se espera. Mas sua posse a ajuda no encaminhamento das demandas e posição de mando da detentora dessas. Armstrong sabe disso bem. É só lembrarmos o movimento que o Google fez na compra da Motorola: não se comprou a Motorola por US$15 bilhões para vendê-la por US$2,9 bilhões dois anos depois para Lenovo, em um aparente prejuízo. O Google comprou-a pelo robusto portfólio de patentes que a Motorola possuía, desde sua fundação. Hoje todo o arsenal de informação sobre telefonia e mobilidade, pertencem ao Google para proteger o Android. Visto que a Microsoft outrora já processou o Google inúmeras vezes por quebra de patente. Só para contextualizar – a cada Android vendido no mundo, US$5 vão para os cofres da Microsoft.
Então quem pode realmente acreditar na boa vontade de Mr.Armtrong?
Outrora já falamos aqui sobre as diabruras desse senhor e repetimos. Alguém lembra da última dele, criando um pump no mercado, anunciando que listaria várias moedas e logo em seguida, dizendo que não era bem assim? Leia aqui sobre.
Não há virgens no puteiro.
Bom feriadão, caros leitores.
Siga-nos no Telegram no WhatsApp no Twitter