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Mercado africano desponta como um dos maiores do mundo. Volume de negócios na Nigéria eclipsam os negócios no Brasil

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Os números africanos são todos superlativos em relação aos números apresentados no Brasil, por exemplo. Que ao contrário do que muitos pensam, não é o maior da América Latina, ainda que seja a praça mais importante para a criptoeconomia. A título de ilustração, o Brasil perde em volume de Bitcoins para Venezuela (maior volume da América do Sul), para Colômbia e para o Peru.

A América Latina, ao contrário da África, apresenta baixos volumes de transações de criptomoedas. Ainda que seja um continente importante para o futuro dos negócios com criptomoedas. Contudo, o ‘desconhecido’ mercado africano, que é relativamente longe de nós, mas que possui características socioeconômicos idênticos, como é o caso da África do Sul, em relação ao Brasil, é muito maior e mais relevante.

Mama África

Números de crescimento do mercado de criptoativos africanos em termos de números, de janeiro de 2020 a junho de 2020, vimos um crescimento de cerca de: 

– 29% em usuários na Nigéria e um crescimento de 25,3% no volume de negócios.

– Na África do Sul, no mesmo período, observamos um crescimento de cerca de 15,6% nos usuários e 11% no volume de negócios.

– Uganda: 13,9% de crescimento em usuários e 33% em volumes.

– Angola: crescimento de 28,4% em utilizadores e 51% em volumes.

Contudo, é preciso contextualizar os números, observe que os volumes reais de comércio são muito mais altos na Nigéria e na África do Sul. Portanto, embora a variação percentual em Angola pareça ser maior, os volumes de comércio realmente não são comparáveis, pois a demanda por criptoativos em Angola não são comparáveis com outros mercados. 

Observe também que esses números são calculados usando uma fórmula composta da taxa de crescimento mensal. Segundo Dami Odufuwa, responsável pelo marketing e relações institucionais da Binance na Nigéria e com operações em diversos países africanos.

Aqui temos 31 corretoras em funcionamento, enquanto em Angola não há nenhuma nacional. A não ser a operação internacional da Coinbase que não revela o montante negociado e a Kubitx, que possui uma operação local de OTC. O que certamente, deve apresentar um volume baixíssimo, devido a imensa dificuldade dos angolanos em obter dólares, devido à crise cambial no país. As operações com cartões de crédito para compra de Bitcoins também são proibidas, segundo Amadeu Alexandre, da Kubitx, uma das maiores exchanges africanas que opera em diversos países.

 

Imagem: Cryptowatch

 

O que se observa nos países africanos onde há corretoras é que, embora o preço do bitcoin em toda a África seja mais alto do que nas exchanges internacionais, ele tende a ser mais baixo nos mercados em que há mais liquidez e mais nos mercados em que há menos liquidez. Na África do Sul, onde o volume de Bitcoin comercializado é alto, é cerca de 5% maior do que em outras exchanges internacionais, mas em lugares como Nigéria e Angola, onde o volume de Bitcoin que é negociado é alto, o preço do Bitcoin é baixo. Apresentando-se até 100% maior que nas praças desenvolvidas no restante do mundo.

O site Coinmill que faz conversões e cotação das moedas para o Bitcoin e vice-versa, afirma que em Angola na data desse relatório foram negociados 20 BTC. Enquanto no Brasil na mesma data, foram negociados 40 BTC, mas a diferença de preços entre as duas praças é de 30% em média.

A Nigéria possui o maior volume de transações do continente, concentrando 68,4% de todo o Bitcoin negociado na África.

Os números apresentados no gráfico abaixo são números combinados da Localbitcoins e Paxful dos últimos 7 dias. O mesmo também vale para os dados apresentados para a América Latina, apresentados nesse texto.

 

imagem: Usefultulips

 

A América Latina

A título de destaque todos os países da América Latina – excetuando o México, que pertence à América do Norte, mas compõem nosso estudo devido à proximidade cultural. A Bolívia não consta no estudo, devido ao fato de que as operações com criptomoedas no país sejam proibidas por lei.

 

imagem: Usefultulips

 

Dados da LocalBitcoins mostram que o Brasil ainda segue muito atrás na negociação de Bitcoin em P2P do que muitos de seus vizinhos latinoamericanos.

Já no Brasil, em comparação com os demais colegas latinoamericanos, O volume de negociação fica bem abaixo. No começo de julho, foram negociados via LocalBitcoins no Brasil R$ 2.301.459 em Bitcoins, valor mais de dez vezes menor do que o negociado na Venezuela. 

Os dados abaixo são compilados com números combinados da Localbitcoins e Paxful em operações de P2P.

 

imagem: Usefultulips

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