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Especial Cryptowatch: Comparativo entre América Latina e África

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O mercado nacional de criptomoedas está em constante transformação e consolidação. Existem oficialmente 30 corretoras no Brasil em operação; em 2017 havia 65 corretoras. Um boom que veio junto com a alta histórica do Bitcoin, naquele ano. Ao longo de 2018, o ano que ficou conhecido como o “inverno das criptos”, 35 corretoras foram extintas ou se fundiram.

O último movimento de fusão, foi protagonizado pela Foxbit comprando a Novadax, leia mais aqui. Mas quem é quem no mercado nacional e qual seu real tamanho?

Em 2019, a valorização alcançou 132,3%, com um aumento significativo de volume, totalizando R$ 1,8 bilhão acumulado em 2019. Somente em maio, o volume das corretoras monitoradas pelo Cryptowatch ultrapassou R$ 760 milhões, níveis que não eram atingidos desde janeiro de 2018.

Um dia após a chegada oficial da Binance no Brasil, o mercado nacional, parece que tomou um impulso, buscando se defender da presenção e força gravitacional, que um objeto de massa tão intenso, como a Binance, poderia representar para a sobrevivência do setor.

No instante dessa redação, o volume de Bitcoins transacionados no Brasil, segundo o CointraderMonitor é de: 1.767 BTC, cerca de R$ 52.367.441,05. A título de comparação, no exato momento dessa redação, a Binance apresenta volume de 75.617 BTC, o que representa 18.49% do volume mundial, algo em torno de R$ 2.268.510.000.

(Imagem: Cryptocompare)

O mercado nacional está organizado em torno das 3 principais corretoras por volume de mercado, no dia da consulta. Há uma característica móvel, entre as três primeiras. A única que permanece sempre entre em primeiro e segundo lugar é a Mercado Bitcoin. As demais posições são todas móveis.

No auge das atividades da NegocieCoins, do Grupo Bitcoin Banco, esta frequentemente aparecia entre o primeiro e segundo lugar, alternando com o Mercado Bitcoin.

(Imagem: Cryptowatch)

Embora o Mercado Bitcoin apresente o maior volume negociado entre as corretoras, o percentual de participação de mercado entre todas as corretoras, está equilibradamente distribuído. Justamente porque os valores cobrados para venda de Bitcoins está relativamente idêntico.

(Imagem: Cryptowatch)

Um dado interessante nesse gráfico: Onde há valores na faixa dos R$ 29 mil, trata-se das corretoras sem volume de venda. Exemplo: a chinesa Coinbene.

O que esse gráfico também nos revela, que não há oportunidades de arbitragens entre as corretoras nacionais. Primeiro porque não há volume, segundo porque as taxas entre as corretoras eliminaria qualquer chance de lucro, e por fim, o Bitcoin custa muito caro no Brasil.

Há alguns entusiastas do P2P, que afirmam que o volume negociado fora das corretoras é duas vezes maior, em média. O que se desmente rapidamente, observando os dados da LocalBitcoins, a maior plataforma de transações de P2P do mundo. Em 23/11, a última aferição publicada pela Coin.Dance, plataforma de análise de mercado de criptoativos; o volume apresentado foi de 38 BTC.

(Imagem: Coin.Dance)

A Argentina no mesmo período, transacionou: 43 BTC.

(Imagem: Coin.Dance)

A América Latina, ao contrário da África, apresenta baixos volumes de transações de criptomoedas. Ainda que seja um continente importante para o futuro dos negócios com criptomoedas. Contudo, o ‘desconhecido’ mercado africano, que é relativamente longe de nós, mas que possui características socioeconômicos idênticos, como é o caso da África do Sul, em relação ao Brasil, é muito maior e mais relevante. Como veremos no gráfico abaixo.

(Imagem: Cryptowatch)

O que se observa nos países africanos onde há corretoras é que, embora o preço do bitcoin em toda a África seja mais alto do que nas bolsas internacionais, ele tende a ser mais baixo nos mercados em que há mais liquidez e mais nos mercados em que há menos liquidez. Na África do Sul, onde o volume de Bitcoin comercializado é alto, é cerca de 5% maior do que em outras bolsas internacionais, mas em lugares como Nigéria e Angola, onde o volume de Bitcoin que é negociado é alto, o preço do Bitcoin é baixo. Apresentando-se até 100% maior que nas praças desenvolvidas no restante do mundo.

O site Coinmill que faz conversões e cotação das moedas para o Bitcoin e vice-versa, afirma que em Angola na data desse relatório foram negociados 20 BTC. Enquanto no Brasil na mesma data, foram negociados 40 BTC, mas a diferença de preços entre as duas praças é de 30% em média.

A Nigéria possui o maior volume de transações do continente, concentrando 68,4% de todo o Bitcoin negociado na África.

Aqui temos 31 corretoras em funcionamento, enquanto em Angola não há nenhuma nacional. A não ser a operação internacional da Coinbase que não revela o montante negociado. O que certamente, deve apresentar um volume baixíssimo, devido a imensa dificuldade dos angolanos em obter dólares, devido à crise cambial no país. As operações com cartões de crédito para compra de Bitcoins também são proibidas, segundo Amadeu Alexandre, CIO da KubitX. Maior corretora africana, com forte presença na Nigéria.

Muitos países africanos apresentam volumes maiores que toda a América Latina em um único dia. Dia de referência: 28/09.

(Imagem: Cryptowatch)

A título de destaque todos os países da América Latina – excetuando o México, que pertence à América do Norte, mas compõem nosso estudo devido à proximidade cultural -,  os países que estão apresentando maiores volumes de Bitcoins estão passando por alguma instabilidade política ou monetária em alguma medida. Embora na data estudada a Argentina apresentou o menor volume entre os pares estudados.

(Imagem: Cryptowatch)

 

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