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Cryptos, pirâmides e ponzis

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Empresas de Cripto Pirâmide Financeira entre tantas outras Pirâmides Financeiras são profissionais em estelionato. Se você é adepto do mercado de criptomoedas ou do mercado financeiro provavelmente já deve ter recebido um convite de um amigo ou conhecido ou lido na internet pessoas comentando sobre empresas como a Unick Forex, InDeal, FX Trading entre outras que prometem rentabilidades muito além das praticadas tanto em instituições financeiras quanto no mercado financeiro. Essas empresas se diferenciam por tratarem como produto/serviço alvo o mercado de criptomoedas, Bitcoin e Altcoins. Aqui trataremos do tema das Cripto Pirâmides Financeiras especificamente em como agem e como se diferenciam das demais pirâmides financeiras que existem.

O golpe todo é preparado sem deixar pontas soltas, vão desde abrirem empresas com CNPJ no Brasil e no exterior, escritórios e luxo, ostentações com opulência de bens como carros, joias, viagens, roupas de grife até a retórica de um businessman em palestras e eventos movidos a muita euforia dos participantes. Tudo é minuciosamente preparado para ludibriar as vítimas em uma envolvente jornada digna de Frank Abagnale Jr até a bancarrota. Muitas pessoas chegam a vender bens imóveis, carros e até zerarem suas economias para investirem no “negócio”.

Tudo começa com 1 pessoa que investe R$ 100 e traz 1 cliente que investe R$ 100, o retorno é de 33%, R$ 33, o saldo da empresa é de R$ 167 no primeiro mês.

Essa pessoa que entrou primeiro traz mais 1 cliente que investe R$ 100 e a outra pessoa que entrou depois traz mais 1 cliente que também investe R$ 100. A empresa paga R$ 33 para cada um dos antigos, entrou mais R$ 200 reais e saiu R$ 66, o saldo da empresa é R$ 301 no segundo mês.

A empresa agora tem 4 membros e R$ 301 em caixa, o crescimento foi de 180,23% em 2 meses.

Cada membro traz mais 1 novo cliente que investem R$ 100 cada, entram R$ 400, a empresa paga R$ 33 para cada um dos membros antigos, ao todo são pagos R$ 132. Entram R$ 400 + R$ 301 de caixa – R$ 132 de bonificação, o resultado do exercício até agora é R$ 569, um crescimento de 340,71% em 3 meses.

Até aqui quem entrou primeiro já retirou seu investimento.
Agora o que acontece; cada membro entra com mais 1 novo cliente, 8 membros trazem mais 8 clientes. Ao todo são R$ 800 entrando e R$ 264 reais saindo em bonificação, o resultado do exercício é R$ 1105, um crescimento de 661,67% em 4 meses.

O golpe continua, continua e continua.

Se cada novo membro não refizer a sua posição, a empresa poderia ficar até 3 meses sem trazer membros pagando bonificações com o saldo de caixa. Acontece que a população é limitada e os reinvestimentos uma hora terminam, em determinado momento as pessoas vão querer consumir, a empresa não tem outras fontes de receita. Quando isso acontece, a empresa percebe que o fluxo de entrada caiu drasticamente e que não terá dinheiro para pagar os membros nos próximos meses. É nesse momento em que a pirâmide colapsa e os golpistas embolsam o dinheiro de todas as vítimas e somem para outros estados e países. Foi assim com D9 Club de Empreendedores, TelexFree, My Travel and Cash, MMM Brasil, etc…

A empresa paga com o dinheiro dos últimos que entraram, nenhum lucro real foi obtido porque todo o dinheiro veio de estelionato, nada foi investido de fato nem em ativos de renda variável nem em criptomoedas, exceto algumas empresas que de fato pagam seus membros com criptomoedas que compram em exchanges e P2P. Isso evita o rastreio de dinheiro, incidência de imposto de renda, custos operacionais como TED e IOF.

Os participantes não veem as vítimas porque elas estão no futuro, só porque ainda não aconteceu não significa que quem participou não tenha dolo ou culpa. Financiaram o golpe, muitos sabiam que era uma pirâmide, ajudaram a empresa a prospectar vítimas até ela enganar o maior número de pessoas possíveis. Quem entrar por último é quem assume o prejuízo.

Nenhuma empresa obriga o reinvestimento, ela induz através do programa de renovação de contrato. No exemplo a taxa foi de 33%, empresas como a Unick, trabalham com margens de aproximadamente 15%, o que permite uma validade de atuação mínima de 6 meses ou mais. Mesmo assim, com a taxa de evasão de vítimas ela ainda tem saldo de caixa para se manter por mais muito tempo. É a ilusão do livre arbítrio, achar que está livre, mas não ser capaz de resistir a tentação pelo lucro extraordinário, a vítima acaba cedendo ao reinvestimento pela ganância.

Para realizarem a evasão fiscal, a maioria das empresas se enquadraram no mercado com a venda de cursos, produtos ou serviços para emitirem notas fiscais no valor e quantidade que quiserem no CPF das vítimas que cadastraram seus dados na plataforma. Dessa forma eles posicionam os rendimentos equilibrando a receita em 70% do faturamento para não se enquadrarem em pirâmide.

Em análise de Big Data se estuda o mercado em que se atua identificando padrões comportamentais dos consumidores, criando e adaptando produtos e serviços para maior satisfação e demanda. Em economia calcula-se através de econometria, pode chamar também de “engenharia financeira reversa”, uma regressão linear que correlaciona as variáveis para identificar se ou não e o grau de correlação entre as variáveis – dA/dB. Unindo esse conhecimento com matemática atuarial, estatística e probabilidade, psicologia aplicada ao consumo e centenas de pesquisas de mercado, pode-se projetar o impacto que isso causa nas finanças, a taxa de adesão e evasão do negócio, gerenciar investimentos em marketing e propaganda, incentivos, eventos e adaptando as necessidades do negócio maximizando a efetividade do estelionato.

A Instrução da CVM 588/2017 Seção II – Vedações, Art. 28: Na condução de suas atividades, as plataformas eletrônicas de investimento participativo, seus sócios, administradores e funcionários não podem – Inciso V – Prometer rendimento predeterminado aos investidores. As empresas de pirâmide financeira prometem rendimentos garantidos mensalmente e até diariamente muito elevados aos praticados em mercado financeiro. Esse comportamento antitético chamou a atenção da CVM que em investigação conjunta com o Ministério Publico e demais autoridades desmantelam frequentemente diversas dessas fraudes.

Empresas de pirâmide financeira não tem como se enquadrar nas obrigações fiscais exigidas pela CVM, pois ficaria evidente a ilegalidade das operações. Os golpistas com conhecimento da legislação e do sistema se fazem valer da justiça com advogados e recursos para ganhar tempo enquanto maximizam seus resultados antes do colapso das suas redes. A Unick, por exemplo, tem sede em um paraíso fiscal, o Caribe. Normalmente é para lá que enviam o dinheiro quando o negócio é desmantelado e antes de fugirem do país. Paraísos fiscais não extraditam e não se comunicam com a Polícia Federal nem com a Receita Federal de país nenhum.

Cripto Pirâmides Financeiras são os esquemas Ponzi do século XXI.

Por Ricardo Pinzon.

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