Análises
Blockchain, IA e IoT a mistura perfeita.
O Blockchain tornou-se o buzz do momento devido às suas qualidades únicas e poderosas. Embora exista muita excitação para seu uso em aplicações financeiras e de identidade, surgiu uma área nova e mais emocionante para essa tecnologia. É a Internet das Coisas (IoT) e a Internet Industrial das Coisas (IIoT)onde sua aplicabilidade será levado ao máximo e a indústria nascente da Internet das coisas só tem a ganhar com a mesclagem dessas tecnologias. Enquanto a tecnologia blockchain possui uma tremenda quantidade de características técnicas interessantes, nos focaremos nas que são mais desejáveis para os desafios do IoT de hoje.
Blockchain e IoT: um jogo perfeito?
De acordo com as recentes estatísticas do ecossistema do bitcoin, as velocidades médias de transação em 55% da rede estão entre 400 e 800 milissegundos. Isso é sem usar a mais nova rede de retransmissão rápida do bitcoin, a FIBER, onde as velocidades podem atingir a média de 50 milissegundos. Alavancar esse sistema pode economizar milhões de dólares em custos e tempo de infraestrutura, oferecendo uma rápida estratégia de mercado.
Como uma rede global peer-to-peer, o blockchain forneceu oito anos e meio de transações comprovadas e confiáveis – uma característica cuja necessidade é cada vez maior à medida que escalamos o número de dispositivos para o IoT. A troca de mensagens ponto-a-ponto ignora a existência de banco de dados centrais ineficientes e permite uma comunicação autônoma eficiente entre dispositivos pares. É mais confiável à medida que a dependência central desaparece. A falha de um par não afeta o funcionamento de outros pares. Funciona como o próprio conceito de internet, onde não há uma rede centralizada.Contudo, o modelo de redes centralizadas na nuvem, servidores ou bancos de dados não estiverem disponíveis, todos os dispositivos conectados são afetados, um efeito indesejável que pode paralizar uma cidade cheia de dispositivos ou centenas de milhares de casas. A comunicação peer-to-peer se tornará rapidamente o padrão para implementações de dispositivos inteligentes e ligados em rede.
Existem várias vantagens claras de se projetar máquinas inteligentes capazes de se comunicar e operar via blockchain.
Em primeiro lugar, há a questão da supervisão. Com as transações ocorrendo entre várias redes administradas por várias organizações, um registro permanente e imutável significa que a custódia pode ser rastreada à medida que os dados, ou bens físicos, passam entre os pontos da cadeia de suprimentos. Os registros do Blockchain são por sua natureza transparentes – a atividade pode ser rastreada e analisada por qualquer pessoa autorizada a se conectar à rede. A IBM já se adiantou e já está promovendo seu serviço de blockchain baseado no Stellar, para cadeia suprimentos com a Maersk e serviços bancários com bancos tailandeses. Não estamos portanto falando de vaporware. Há aplicações práticas já em curso que ainda que sejam mais focadas no blockchain como substrato, estas iniciativas caminham também para associar o IoT como mais uma camada.
O blockchain tem potencial de melhorar consideravelmente a segurança geral do ambiente IoT. Grande parte dos dados gerados pelo IoT são altamente pessoais – por exemplo, dispositivos inteligentes têm acesso a detalhes íntimos sobre nossas vidas e rotinas diárias. Estes são dados que precisam ser compartilhados com outras máquinas e serviços para serem úteis para nós. Mas também significa que há muito mais aberturas para hackers nos atacar ou usar nossos dispositivos para compor botnets e gerar ataques de DDOS. Um desafio, portanto, à segurança de governos, pessoas e empresas.
Segurança: Blockchain e IoT
A segurança que o blockchain fornece aos dispositivos é incomparável. A mídia destacou hacks envolvendo bitcoin, mas, na realidade, hacks que aconteceram foram roubo de chaves de bitcoin armazenadas em bancos de dados comuns. A força de cada mensagem de transação vem do fato de que cada nó na vasta rede verifica a origem da mensagem por meio de uma assinatura criptográfica carregada junto com a mensagem. As mensagens originadas em qualquer lugar diferente da origem verdadeira são inválidas e descartadas. Esse recurso evita métodos de ataque conhecidos, como man-in-the-middle e replays e é uma capacidade muito necessária às operações com IoT. Permitir que o acesso aos dados dos dispositivos IoT sejam gerenciados através de blockchains significaria uma camada adicional de segurança.
IOT, BLOCKCHAIN & AI em ação – tudo junto e misturado
Abaixo está a representação visual de como as três tecnologias trabalham em conjunto umas com as outras. O diagrama é um pouco simplista, pois os processos não acontecem em paralelo o tempo todo e haveria sobreposições.
A Inteligência Artificial é colocada sobre a plataforma IoT enquanto os dados de fontes externas fluem através da plataforma Blockchain. Mesmo a troca de dados dentro da rede IoT pode acontecer através do Blockchain para garantir a rastreabilidade e o registro de todas as transações. Múltiplas redes de IoT podem trocar dados, enquanto o poder da AI aumentará exponencialmente com mais dados. A trindade dessas tecnologias não apenas ajudará a aumentar a eficiência, mas também ajudará as empresas a oferecerem um melhor atendimento ao cliente.
O uso das três tecnologias juntas levaria a uma complexidade mais alta, enquanto os problemas de privacidade continuariam a assombrar vários aplicativos corporativos e de consumo. Haveria desafios em relação à compatibilidade devido à falta de protocolos e padrões. Alguns dos aplicativos provavelmente atuarão em territórios não testados e poderão enfrentar desafios jurídicos ou falta de recursos legais.
Esse mix de tecnologias somadas e conjugadas levarão a Fog Compulting ao limite da computação ubíqua. Computação em toda parte elevando o poder computacional no planeta a exaflops¹º, algo inimaginável, mas que estará disponível até o final dessa década.
Para ilustrar sobre as premissas sobre a conjugação dessas três tecnologias, segue um papo muito interessante promovido pela IBM entre dois jovens prodígios: Tanmay Bakshi e Stéfany Mazon.
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Empreendedor, Cientista de Dados e cryptopesquisador.