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Blockchain e bitcoin estão no vale da morte

Qual foi a primeira vez em que você ouviu a palavra bitcoin ou blockchain? Provavelmente, já se passaram alguns anos. Mesmo assim, ainda são poucas as pessoas que realmente sabem explicar o que é o blockchain. Afinal, o que deu errado? Por que isso ainda não virou algo corriqueiro nas empresas e no dia a dia dos consumidores? Para os defensores dessa tecnologia, é preciso entender que, no blockchain e no bitcoin, ainda estamos dando os primeiros passos. Para avançar, ainda é preciso criar novos modelos de negócios com base nessas ferramentas.

Apesar de o preço do bitcoin estampar manchetes frequentemente, “do ponto de vista tecnológico, a onda nem começou”, afirma Courtnay Guimarães, sócio da Idea Partners, em evento realizado nesta terça-fera (05/02) promovido pela consultoria em parceria com Cubo e Redpoint. As várias bolhas financeiras pelas quais o mercado passou nos últimos 14 meses, diz, foram um “processo um pouco traumático”, mas que não inviabiliza futuros desenvolvimentos.

“O blockchain e o bitcoin ainda estão no vale da morte”, afirma, fazendo alusão ao hype cycle, criado pela Gartner. Esse é o ponto em que a tecnologia já passou pela fase do gatilho da inovação, pelas expectativas infladas e agora está na etapa da “desilusão” – antes de um novo crescimento, mais moderado, que pode levar à adoção mais generalizada de uma tecnologia. “Por enquanto, eles ainda têm apenas uma finalidade em si mesmas, esta é a crise que estamos vivendo”, diz.

O desafio, nesse momento, é criar novas redes de negócios, com ecossistemas e agentes se unindo de uma forma que não se uniam antes. “Isso tem a ver com quebra de barreira. Você pensa na Uber, por exemplo, e ninguém sabe dizer se é uma empresa de transporte, de tecnologia, de frota, de táxi”, afirma Guimarães.

“Hoje, não existe blockchain, existem mil outras coisas que a gente chama de blockchain”, diz Guimarães. “Na prática, todo mundo quer investir nisso para criar um unicórnio, todo mundo quer entender como sair do modelo de negócio de hoje para o modelo de negócio que nunca ninguém viu”, explica. Mas quem conseguir fazer isso, defende o consultor, não vai criar um unicórnio, “vai criar uma outra figura mitológica, um centauro, que é uma empresa de US$ 1 trilhão”.

Juliana Assad, sócia-fundadora da CoinWise, vê com naturalidade o momento em que a tecnologia se encontra. “O mercado hoje é um pouco diferente do que o que a gente idealiza, a adoção mais generalizada requer medidas regulatórias, de segurança e de prevenção de fraudes, mas essa tecnologia abre uma nova era financeira, e vai nos impactar mais cedo ou mais tarde.” “A internet precisa de uma moeda global, opensouece, transparente, auditável”, diz.

Felipe Sant’Ana, sócio e gestor do portfólio da Paradigma Capital, sugere outra visão e diz que o bitcoin “não é um dinheiro para a internet, mas uma internet para o dinheiro”. Ele explica que a tecnologia das criptomoedas permite criar “uma internet para todas as formas de dinheiro”. “Podemos começar a pensar uma infraestrutura que é pública para a circulação de valor de qualquer forma, seja em dólares, reais, bitcoins ou qualquer outra moeda.”

Anderson Thees, cofundador da Redpoint, diz que o fundo de venture capital olha o universo de criptomoedas e blockchain com curiosidade, como uma plataforma para criar novos modelos de negócios. “Vemos isso também como um possível disruptor do nosso modelo de negócio. A tecnologia já atacou o setor de educação, por exemplo. Por que não poderia atacar o setor em que estamos?”, questiona. Thees anunciou o primeiro investimento da Redpoint em uma startup que usa criptoativos, a Ribon. A startup é uma plataforma de doações, voltada para o público millennial. Ao assistir a anúncios no aplicativo, o usuário ganham tokens – ribons -, que podem ser doados. A plataforma hoje tem mais de 16 mil usuários ativos.

E após tanta volatilidade em 2018, o que esperar do mercado de criptomoedas em 2019? Para Fernando Ulrich, analista-chefe da XDEX, mais um ano de “ressaca” após o grande boom de 2017. Isso não quer dizer, afirma ele, que o bitcoin ou as criptomoedas estão fadadas ao fim. “Para mim, o bitcoin traz algo mais do que necessário, que é a concorrência no âmbito monetário. Para o futuro, minha aposta é o bitcoin, mas isso não significa que eu ache que as outras criptomoedas não devam existir”, afirma ele.

ICOs
O ano de 2017 foi o ano em que os ICOs (ofertas iniciais de moedas, na sigla em inglês) estouraram. Foi naquele ano em que mais startups conseguiram se financiar através desse instrumento, que permite reunir investimentos de forma descentralizada. Em um ICO, uma startup cria um token (uma criptomoeda) que tem uma finalidade específica dentro da plataforma criada pela startup. Com a venda desses tokens, a empresa consegue fundos para expandir seus negócios.

“Em 2018, contudo, o mercado percebeu que a maioria das startups que fez esse tipo de captação não foi para frente. Era apenas um sonho, sem nenhuma regra de governança, não havia segurança de que o plano apresentado seria executado”, diz Evandro Camilo, sócio da CY²Law & Compliance. “Toda a área relacionada a blockchain sofreu um grande baque por conta de modelos de negócio que não tinham responsabilidade”, afirma.

A partir dessa dificuldade, surgiu no mercado uma nova modalidade de captação, que criou uma forma de emitir um valor mobiliário. As ofertas de security token (STO, na sigla em inglês) vendem títulos representados por um token – diferente dos ICOs, que vendem moedas. Segundo Evandro Camilo, foi uma forma encontrada pelo mercado para dar mais segurança a esses instrumentos.

Artigo originalmente publicado na Época Negócios.

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