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Bitcoin: Valor Intrínseco e Lastro

Uma das grandes dúvidas e discussões acerca do Bitcoin diz respeito ao seu valor intrínseco. Ele tem ou não um lastro? Quem é seu o “garantidor”? O Governo, Bancos Centrais? Satoshi Nakamoto ou algum cyber punk?

Com certeza são reflexões e divagações extremamente válidas e que levam as pessoas a refletir um pouco sobre a origem do dinheiro, sua evolução e as atuais políticas monetárias dos principais países do mundo que tem causado ao longo dos anos instabilidade financeira e uma crescente perda de confiança nos nosso governos.

A Grande Ironia

A grande ironia dessas críticas à carência de valor intrínseco do BTC e o seu lastro é que na verdade não existe, pelo menos em tese, uma necessidade que uma moeda tenha lastro.

De fato, é apenas uma construção empírica cujo escopo principal foi de tentar restringir as práticas imprudentes dos bancos e as investidas inflacionárias do estado no gerenciamento da política monetária.

Curiosamente, essa lógica parece não ter funcionado muito bem nos últimos anos: o FED por exemplo, para “tentar conter a crise” de 2008 praticamente aniquilou o mercado interbancário americano ao jorrar liquidez no sistema por meio das chamadas rodadas de quantitative easings.

O Colapso Financeiro

Bancos, agências de classificação de risco e o próprio governo foram de certa forma cúmplices do colapso que afundou o coração do sistema capitalista mundial e afetou milhões de pessoas, causando uma das maiores crises da história, fazendo milhares de famílias perderem as suas casas e elevando o nível de desemprego nos EUA para níveis históricos.

Solução? Imprimir dinheiro (o “professor de La Casa de Papel” poderia ser o funcionário do mês, não é mesmo?) e salvar o chamados Zombie Banks, afinal de conta são TOO BIG TO FAIL.

Peraí, mas não foi a ganância compulsiva e a irresponsabilidade desses bancos que geraram essa catástrofe?

Bem, me parece que essa questão do lastro das chamadas “moedas fiduciárias de curso forçado” não traz tanta segurança como se pensa comumente. Somos reféns dos atores causadores da crise, essa é a verdade. Oremos.

Uma Alternativa Genuína

Dito isso, voltemos a questão do valor intrínseco e lastro do Bitcoin.

Como ficou claro, no sistema atual de inconversibilidade absoluta dos papéis-moedas nacionais — ou seja, sem qualquer lastro em ouro — nenhum banco central conseguiu equilibrar bem o poder de emissão de dinheiro. Isso tem causado uma depreciação constante dessas respectivas moedas, trazendo perda no valor de compra dos indivíduos ao longo dos anos.

O Bitcoin, por sua vez, tem a sua provisão de oferta monetário claramente definido e equacionado, já que a emissão ocorre de forma competitiva (através de um sistema eficiente de incentivos para os mantenedores da rede) e de forma paulatina, com uma taxa de crescimento preestabelecida, limitada a 21 milhões de unidades.

De fato, o Bitcoin traz algo inédito no ambiente da internet: uma legítima noção de escassez, intangível e matemática e criptograficamente assegurada.

Poderíamos então considerar que o seu lastro seria exatamente esse: sua escassez relativa (propriedades matemáticas que garantem uma oferta monetária preestabelecida, cujo aumento ocorre a um ritmo decrescente e um limite máximo conhecido por todos).

A pergunta que fica para efeitos comparativos é: qual o lastro do ouro? Diria que a mesma escassez inerente as suas propriedades de composição física e química (existe um limite de extração de ouro no nosso mundo, é algo finito). E do papel-moeda fiduciário?

Diria que a confiança (difícil, não é mesmo) de que os bancos centrais não inflacionarão o preço da moeda por meio do curso forçado que obriga a todos a aceitarem como moeda de pagamento.

Em Constante Evolução

Finalmente, o lastro do Bitcoin e seu valor intrínseco poderia ainda estar relacionado as mentes mais brilhantes do mundo (grandes desenvolvedores) que trabalham árdua e incessantemente para trazer melhorias para o sistema.

Investem tempo, dinheiro e alguns milhões de neurônios para otimizar ainda mais essa grande revolução: a digitalização da essência do dinheiro.

Ainda, centenas de milhões de dólares cada vez mais são destinados para manutenção da segurança da rede, por meio de equipamentos cada vez mais avançados para autenticar a validar as transações no Blockchain.

O Ecossistema gradativamente vem ganhando corpo: desenvolvedores, usuários e “mineradores” trabalham junto para o desenvolvimento e constante evolução dessa grande revolução tecnológica.

Como vemos, o Bitcoin vai muito além de seu caráter especulativo (natural com algo tão novo e em pleno desenvolvimento), existe muito valor agregado em torno de si. Com o tempo, essa percepção vai angariando novos adeptos e certamente veremos algo ainda mais espetacular nesse mercado.

Você sabia que…

…há mais de quarenta anos (no dia 15 de agosto de 1971), o então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon anunciou o fim do padrão ouro para o dólar, encerrando o sistema monetário internacional de Bretton Woods que ajudou a tornar o dólar a moeda de reserva mundial.

…em 1971, a onça-troy do ouro valia 35 dólares e hoje é negociada em torno de 1.350 dólares.

…o déficit orçamentário do governo federal dos EUA já superou 800 bilhões de dólares (3 trilhões de reais), enquanto a dívida nacional se aproxima de 22 trilhões de dólares (83 trilhões de reais), que é a maior dívida pública de toda a história da humanidade.

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Bruno Rocio (Co-fundador da Evolue Chain) — Empresário, Advogado, Planejador Financeiro,CFP®, Bitcoin Advocate e Open Blockchain Enthusiast

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