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Blockchain

Blockchain alcança o mainstream – Petrobras, Bradesco e BRF têm explorado blockchain para reduzir custos e aumentar eficiência

O blockchain, a tecnologia por trás da moeda virtual bitcoin, seduz agora o setor produtivo. Atraídos pelo grau de segurança elevado e pela rastreabilidade dos dados registrados na plataforma, pesos-pesados como Petrobras, Bradesco e BRF têm explorado soluções com blockchain para reduzir custos e aumentar a eficiência.

O blockchain é um modelo distribuído de informação, em que todas as transações de um sistema são registradas em um único arquivo. Só que, diferentemente de sistemas tradicionais, todos os computadores da rede têm acesso a uma cópia desse arquivo. Por isso ele é considerado imutável, uma vez que qualquer tentativa de alteração seria imediatamente identificada. Dessa forma, acredita-se que a tecnologia ofereça nível mais elevado de segurança e rastreabilidade.

Assinatura eletrônica

Apesar de ainda ser embrionário, o uso do blockchain deve ser alvo de investimentos de US$ 1,5 bilhão este ano em todo o mundo, segundo a International Data Corporation (IDC), com crescimento anual de 73% até 2022. No Brasil, estima-se que cerca de 200 empresas já estejam desenvolvendo aplicações com a tecnologia. Por aqui, o ritmo de crescimento é de 150%.

— O blockchain traz muita inovação, mas ainda estamos nos primeiros passos em soluções como rastreabilidade e processos — ponderou Pietro Delai, da IDC Brasil.

A Petrobras desenvolve com a PUC-Rio um projeto-piloto com blockchain em diversas áreas da estatal, segundo o gerente-executivo do Cenpes, Orlando Ribeiro. Para isso, já criou até uma assistente virtual, chamada de Sofia.

— O projeto investiga quais são os principais impactos em sistemas, processos e pessoas que devem ser considerados ao se adotar a tecnologia — disse Augusto Borella, gerente de Transformação Digital da Petrobras.

A troca de informações entre usuários de uma rede blockchain só é realizada quando, empregando juntas seu poder computacional, todas as máquinas conectadas verificam e validam o código de uma operação.
Depois de validada, todos os computadores da rede têm acesso a uma cópia da operação. Isso aumenta a segurança do sistema, já que as informações não estão concentradas em um único banco de dados.
Os dados ficam em um local público, acessível aos participantes da rede, que é o blockchain. No entanto, as informações continuam em sigilo e criptogradas, impedindo que sejam adulteradas ou acessadas indevidamente por quem não integra a rede.

Durante o projeto-piloto, a empresa percebeu que há melhoria no processo de transparência, destacou Borella:

— Ao digitalizar o processo de assinatura, a tecnologia elimina o desperdício com documentos físicos. Além disso, a assinatura digital registrada no blockchain não pode ser alterada ou manipulada, garantindo a confiabilidade e transparência, efeito muito positivo para a área de conformidade.

No Bradesco, há dois projetos-pilotos, um deles envolvendo a criação de um ecossistema com outros bancos e outro focado em clientes corporativos do próprio Bradesco.

— Embora o cliente não veja o uso do blockchain, ele vai sentir, pois a tecnologia vai permitir uma melhor experiência, como uma maior integração do sistema e um processo de verificação mais rápido — destacou George Marcel Smetana, responsável pela tecnologia no banco.

No setor elétrico, a EDP finalizou há dois meses testes de utilização de blockchain na geração distribuída de energia solar — modelo pelo qual os clientes podem gerar energia por conta própria e jogá-la de volta à rede para abater em sua fatura. Por meio de parceria com a start-up austríaca Riddle & Code, a distribuidora instalou etiquetas criptografadas em medidores domésticos para verificar o fluxo de energia de 30 clientes simulados, com diversos perfis. O blockchain foi usado no gerenciamento de créditos desses clientes, na garantia da veracidade e da rastreabilidade dos dados trafegados no sistema.

— Conforme formos acrescentando atores na cadeia de geração distribuída, o sistema ganha uma complexidade cujo fluxo de informação é difícil de ser gerenciado por sistemas tradicionais. O blockchain proporciona, por exemplo, contratos inteligentes, que podem ser empregados para uma automatização do fluxo de créditos — disse Lívia Brando, gestora de inovação da EDP.

O plano agora é testá-lo com clientes reais nas áreas de concessão da companhia, como Espírito Santo e interior de São Paulo.

Com as iniciativas das empresas ganhando fôlego, as companhias de tecnologia aceleraram seus investimentos. A IBM investiu US$ 5,5 milhões em um data center dedicado ao blockchain em São Paulo, para atender à legislação que obriga a permanência de dados no Brasil. Segundo Mauricio Magaldi Suguihura, líder de blockchain da IBM para América Latina, já há uma série de projetos feitos em parceira com empresas brasileiras. Ele destacou a criação de uma plataforma com a Maersk, prestadora de serviços de navegação marítima. Pelo sistema, todos os envolvidos numa encomenda visualizam a localização exata de mercadorias dentro de contêineres. Nós já reportamos os avanços e escolhas da IBM nesse processo, como já reportamos aqui nesse portal.

— No Brasil, dois portos já usam o sistema, que tende a acelerar o desembaraço na alfândega. No mundo, já há mais de cem participantes. A estimativa é que o blockchain possa aumentar o fluxo das mercadorias em 15% — disse Suguihura.

Recall mais rápido

No varejo, a BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão) testou o blockchain em parceria com IBM e Carrefour no ano passado. A companhia registrou ,com o uso da tecnologia, informações como temperatura, origem e localização de um lote de lombo suíno da marca Sadia desde a fábrica até a prateleira do supermercado. Por meio de um aplicativo, os consumidores podiam acessar esses dados.

— O blockchain é uma tecnologia que traz uma série de potenciais para nossa indústria, como rastreabilidade e segurança alimentar para o consumidor — contou o chefe de Transformação Digital da BRF, Gabriel Ribeiro.

Segundo Suguihura, em caso de recall, o sistema acha um alimento em 2,2 segundos:

— Hoje, às vezes, você pode levar de seis a sete dias para saber a localização exata de um produto que precisa ser trocado.

Santiago Pontiroli, analista de segurança da Kaspersky Lab, diz que uma das principais inovações do blockchain é a aplicação em contratos inteligentes:

— Permitir que os participantes dependam de um sistema distribuído e, na maioria dos casos, não controlado por uma autoridade central é uma maneira de contornar as limitações geográficas.

 

 

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Fonte: O Globo

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