Blockchain
Série Blockchain: Blockchain e Privacidade
A revolução tecnológica mudou para melhorar a vida da sociedade. Talvez uma das maiores “criações”, “invenções”, “descobertas” da história da humanidade tenha sido a Internet.
A “Era da Internet” trouxe uma grande democratização da informação: podemos em poucos segundos acessar conteúdos das melhores bibliotecas do planeta, assistir aulas das melhores universidades do mundo, sanar nossas dúvidas e anseios apenas “dando um google”.
Relação Simbiótica com a Tecnologoia
Tudo muito rápido, muito simples. A apenas “um clique de distância”.
Todo esse emaranhado de informações a que temos acesso em poucos segundos é visto como algo espetacular do ponto de vista de possibilidade de evolução da nossa sociedade.
Ao mesmo tempo em que facilita sobremaneira nosso cotidiano. Tudo fica muito mais veloz e dinâmico. Eis as benesses dessa relação simbiótica que desenvolvemos com essas novas tecnologias que nos cercam.
E que tal poder acessar arquivos e dados online, de qualquer dispositivo com acesso à Internet. Imaginemos informações disponíveis em qualquer lugar, a qualquer hora.
Temos hoje, com o armazenamento na nuvem, agilidade, escala global e resiliência, com acesso a dados “a qualquer momento, em qualquer lugar” do mundo.
Nem tudo são flores
Mas nem tudo são flores. A Internet e a nuvem realmente mudaram para melhor nossas vidas, porém também colocaram em risco a nossa privacidade.
A dependência crescente em relação às mídias sociais e as gratificações instantâneas da internet, tornou as pessoas cada vez mais condescendentes com o destino das suas informações.
Saiba, por exemplo, que o Google rastreia todos os nossos movimentos através de seus softwares nos bilhões de celulares ao redor do mundo.
Com a enorme variedade e volume de dados, as empresas na prática tem perdido o controle desses dados.
Mesmo gigantes da tecnologia, como o Facebook, entregaram dados de usuários que “adequadamente” manipulados podem (“como dizem as más línguas”) ter influenciado as eleições americanas.
Além do “roubo” e mal uso de informações, algoritmos de Machine Learning podem estabelecer relações entre dados e definir comportamentos de usuários, mesmo usando dados anonimizados.
Diante desse cenário, foram criadas novas legislações sobre privacidade de dados, implicando em severas penalidades.
Por isso, estamos diante de um enorme desafio para as empresas protegerem os dados de seus clientes.
Um exemplo de possível solução para esse problema é o software da Uber de privacidade diferencial (uma técnica projetada para proteger a identidade dos indivíduos).
Essa técnica não usa blockchain, na verdade ela utiliza um tipo de sistema de registros criptografados que limita o acesso dos funcionários.
Entretanto, ninguém sabe como o sistema foi implantado e o quanto ele é eficiente. Temos que acreditar na Uber.
Acreditar no “intermediário” de confiança, no “guardião” de nossas informações (muitas vezes confidenciais).
Blockchain como Possível Solução
Por sorte, o uso combinado de Blockchain e a inteligência artificial podem, se não resolver por completo, minimizar o risco de vazamento de informações privadas.
Se as empresas usarem sistemas de privacidade e segurança conectados ao blockchain de uma empresa certificadora, esta poderá fornecer garantias criptográficas uns aos outros, ou a seus clientes, certificando que as regras são aplicadas corretamente.
Além disso, com a tecnologia distribuída, os cidadãos teriam a capacidade de armazenar suas informações em um livro-razão seguro e descentralizado.
Nesses moldes, o usuário mantêm a propriedade dos dados, decidindo quando e onde serão compartilhados.
Sem as informações, se tornaria mais difícil manipular ou direcionar usuários desavisados por certos caminhos comportamentais.
Na prática a tecnologia Blockchain nos permite ter a capacidade de definir diferentes níveis de acesso e de procedimentos de validação para os participantes, trazendo maior flexibilidade ao sistema e mantendo-se, dessa forma, um maior proteção dos dados.
Um dos diferenciais da sua estrutura é a ligação entre a cadeia de blocos e os fluxos de dados, o que não ocorre nos demais sistemas de banco de dados tradicionais, por exemplo. Nesses sistemas tradicionais fica difícil de se averiguar o caminho que um dado pode fazer.
A Blockchain nesse seu formato de encadeamento de blocos permite que esta verificação seja feita de forma precisa, possibilitando a definição do limite da extensão e do caminho de um dado.
Com isso, temos um melhor controle sobre quem pode ter acesso ou não de um dado específico.
Os desafios são grandes e exigem uma maior participação dos talentos acadêmicos das Universidades e profissionais de diversas áreas de negócios e de tecnologia.
Todos devem colaborar para aperfeiçoar as técnicas de proteção da informação. Afinal, “dados são o novo petróleo da era digital e a nova moeda da democracia” (Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e Responsável pela Agência Digital).
Você sabia que…
…no final de 2018 o órgão que regulamenta a internet na China anunciou um projeto de lei que visa acabar com a privacidade dos usuários em transações da blockchain. Após entrar em vigor, todos os usuários precisarão utilizar seus nomes de registro, assim como seus números de identidade, ao se cadastrar em qualquer serviço que cujas transações passem pela blockchain.
…recentemente, nasceu o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR). Nele, há disposições acerca do direito dos usuários de controlar seus dados privados utilizados na internet.
…informações coletadas de maneira irregular pela consultoria britânica Cambridge Analytica teriam sido utilizadas para montar uma estratégia de campanha de Donald Trump, em 2016. O plebiscito do Brexit, realizado no mesmo ano, também pode ter sido influenciado pela empresa.
Conheça os trabalhos inovadores da Blockchain Research Institute do Brasil(BRI).
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Bruno Rocio (Co-fundador da Evolue Chain) — Empresário, Advogado, Planejador Financeiro,CFP®, Bitcoin Advocate e Open Blockchain Enthusiast